Histórico

No dia 19 de março de 2011, nas dependências da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco, Erika, João Carlos, Odival e Igor trocam umas idéias sobre um possível futuro projeto. Imaginaram a possibilidade de unir suas reflexões sobre o meio em que viviam com a capacidade de contar histórias. Uma coisa incomodava muito: tantas barbaridades acontecendo em São Luís e nenhuma notícia das mesmas. Para os jornais São Luís sempre parecia o melhor dos mundos.

A realidade, porém, era muito diferente. Slogans como O Maranhão Não Pode Parar dominando o imaginário coletivo. Aplausos aos grandes empreendimentos imobiliários, duplicação de avenidas, continuação da Litorânea, ALUMAR, VALE, e outras gigantes agindo com total liberdade e despudor...Vozes eufóricas anunciando um novo tempo de desenvolvimento.

Nenhuma pergunta sobre as pessoas que originariamente ocupavam os lugares onde estes empreendimentos aconteciam. Nenhum questionamento sobre os conflitos agrários (urbanos ou rurais), sobre a questão da água (e sua falta).Sobre a marginalização da população. Silêncio.

A idéia inicial, então, consistia em produzir curtas, pequenos documentários, analisando os conflitos sociais vividos na Ilha de São Luís - dando mais ênfase àqueles decorrentes do modelo de desenvolvimento econômico implantado de cima para baixo.

Em abril foi proposto e aprovado um projeto de Pesquisa e Extensão denominado Lutas São Luís: levantamento de dados, reflexão e ações para auxiliar a divulgação acerca dos conflitos existentes em São Luís do Maranhão relacionados ao modelo de desenvolvimento adotado. Iniciou-se a seleção dos alunos e os trabalhos.

Fizeram parte da formação inicial do grupo: Danilo Raimundo Lisboa Mamede, Erika Luna Lima Durans, Greice Ferreira do Nascimento, Igor Plata Sanches Macedo, João Carlos da Cunha Moura, Joceline Rodrigues dos Santos, Layla Gonçalves M. C. Barbosa, Lorenna de Maciel Dominici, Marcelo Oliveira Brito, Odival Quaresma Neto, Ruan Didier Bruzaca Almeida Vilela, Sérgio Henrique da Silva, Stéfanie Maria Braga Abbondanza, Tereza Lisieux Gomes Martin, Thayana Bosi Oliveira Ribeiro e Tuanny Soeiro Sousa.

Vários membros deixaram o grupo, conforme o recrudescimento das leituras e atividades, bem como exigências da vida. Outros ingressaram no grupo, como Glenda, Isabela, Saulo, Anna Marcelle!! Muitos amigos e parceiros têm sido feitos nesta caminhada.

Neste primeiro semestre estudamos Paulo Freire, Roberto Lyra Filho, fizemos uma oficina de Teatro do Oprimido, participamos de audiências públicas sobre a questão do desenvolvimento e também do Acampamento Nego Flaviano, conforme datas abaixo:  

  1. 27/04/2011 e 30/04/2011– reunião de formação – leitura e discussão do texto Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire.
  2. 04/05/2011 – reunião de formação – leitura e discussão do texto O que é Direito – Roberto Lyra Filho.
  3. 07/05/2011 – oficina de Teatro do Oprimido.
  4. 11/05/2011 – apresentação de pesquisa realizada em Alcântara.
  5. 19/05/2011 – participação do grupo em audiência pública na Assembléia Legislativa do Maranhão, sob o tema: Impactos em saúde e meio ambiente em Açailândia - Paradigma para o questionamento do modelo de desenvolvimento proposto pela Vale ao Estado do Maranhão”
  6. 21/05/2011 – visita a Alto Bonito, juntamente com a Comissão de Direitos Humanos da OAB. Participação em Assembléia de quilombolas sobre a situação de suas terras.
  7. 27/05/2011 – venda de uma rifa para angariar fundos para auxiliar o acampamento Nego Flaviano.
  8. 01 – 10/06/2011 – documentação do acampamento Nego Flaviano.
  9. 04/06/2011 – reunião para troca de material, escolha de metodologia de documentário, historia, musica.
  10. 22/06/2011 – encontro dos quilombolas com as ministras no Incra .
  11.  25 e 26/06 – participação e documentação do Encontro das Quebradeiras de Coco em Dom Pedro – MA. Visita a São José dos Basílios e cooperativa de Quebradeiras de Coco.
  12. 26/06 – reunião de formação – texto sobre a posse das terras quilombolas – Daniel Sarment.

Nestas últimas semanas estamos nos aprofundando na análise da sociedade moderna e procurando subsídios no cinema, filosofia, música e literatura.

Aspiramos produzir e publicar nosso primeiro documentário até o dia 20 de julho e, a partir daí, continuarmos nossos estudos e denúncias!

Esperamos que vocês nos acompanhem e nos ajudem a escrever a nossa história e a História!