terça-feira, 5 de julho de 2011

O QUE ENTRISTECE O ANIMAL HUMANO?

Ontem conversamos sobre a domesticação do animal humano, sobre conflitos internos que nos moldam e movem, sobre o que é considerado excesso, e o que é considerado falta. Sobre avanços, castigos, ganhos e perdas, custos e lucros...
Discutimos a tese da permuta civilizatória, procurando investigar em que ponto do caminho nos perdemos e deixamos de ser quem somos para negarmos tudo o que somos, para buscar sermos um outro que nem sabemos o que é. E em troca de que?

Existem o bem e o mal? o belo e o feio? o mocinho e o bandido?

O Coringa e o Batman são mesmo antagônicos?

Podemos expressar a nossa persona social em um único desenho?


"Querem saber a história abreviada de toda nossa miséria? Ei-la: havia um homem natural; foi introduzido no âmago desse homem um homem artificial, e ele desencadeou no interior da caverna uma guerra civil qu ese prolongará por toda a vida." (Diderot)

Até quando vamos trancafiar o nosso animal, e negá-lo? Até quando vamos perceber com desdém, nojo ou escárnio os nossos instintos, vontades, cheiros, impulsos...

Até destruirmos o mundo todo por não nos aceitarmos como somos?

As interdições da chamada civilização servem para que mesmo?

E assim, os homens ocos, seguem na sua lida de destruição. . .

E nós? E você?

Desafio: responda estas perguntas!

O QUE ENTRISTECE SEU ANIMAL HUMANO?

QUAL A SUA DUALIDADE COMPLEMENTAR?

O QUE TE LEVA A DESTRUIR?

O QUE TE ENVENENA?

(referência: GIANNETI, Eduardo. Felicidade: diálogos sobre o bem-estar na civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 99-140.

3 comentários:

Odival Quaresma disse...

Curto e bonito, chamou-me mt atenção o uso da expressão "homens ocos" que me remete à poesia homônima de T. S. Eliot....

ERIKA DMITRUK disse...

O que entristece meu animal humano é já saber que eu quero ser frango caipira, mas todos os dias quando acordo, é o frango de granja que me domina! Tenho apenas momentos de frango caipira...será que um dia ele preponderará sobre o de granja?
(assistam Frango Caseiro - vide nossas reuniões)

João Carlos disse...

O que entristece meu animal humano é o fato de às vezes não conseguir lidar com o "mundo lá fora", mas que é algo que ao mesmo tempo me deixa feliz pelo fato de saber que eu estou lutando, que eu dentro de mim, consigo suportar várias e várias tentações modernas e viver em alguns momentos como livre e liberto. Como não acredito na dualidade como essência ou natureza e sim como convenção, acho que jamais conseguirei dizer se alguma dualidade me completa, acho que sou completo como um todo, porém totalmente incompleto, talvez seja essa minha completude (entenderam? não? nem eu). Destrói-me o mesmo que me envenena: o mundo moderno, com suas hipocrisias que também estão dentro de mim mesmo...